domingo, março 29, 2009

A nova economia da informação

Éimportante indicar, para o campo da informação, que as forças da oferta e a da demanda não se equilibram da mesma forma que nos mercados tradicionais.


No âmbito das trocas de informação é a oferta de informação que cria a demanda, até porque o receptor desconhece a qualidade dos itens que estão nos acervos e não sabe o que poderia desejar, apesar de conhecer, com alguma lucidez sua necessidade de informação.A oferta de informação é constante, forte, conhecida e estabelecida; a demanda é irregular e fragmentada; é uma demanda dividida em micro núcleos sociais diferenciados em vários aspectos.


A oferta de informação se localiza em um mundo familiarizado e pela centralidade do discurso em formas homogêneas, classificada dos documentos. Por ser bem determinadas, conhecida e por permitir a governabilidade as políticas de informação são políticas de oferta de informação.


A demanda vive em terras de compromissos estéticos, pois possui regalias de submissão a sensibilidade e percepções múltiplas. A demanda é frágil e heterogênea e se realiza na subjetividade do indivíduo que, ao lidar com a forma vê o cristal, mas sabe que é na chama dos sentidos e da apreensão que está o entendimento.


Em uma economia tradicional a quantidade da demanda de um produto influencia o custo do produto no mercado. No mundo da informação esta condição é fraca e no mundo digital esta condição quase não se apresenta


O mercado de informação, quando existe, é atormentado pela relação que possa existir entre custo, preço e valor. A mesma "mercadoria" informação possui diferente valor para distintos sujeitos consumidores. Configurar um preço de equilíbrio é impossível, pois o preço pode estar muito abaixo ou muito acima do valor que, determinado usuário esta disposto a pagar, por razões de um valor de uso individualizado. A mesma "mercadoria" pode variar em seu preço em um mesmo mercado aberto. Fácil é colocar um preço de capa no livro, no fascículo do periódico impresso, no jornal diário, no CD de música, a base física admite o preço, mas não o significado de um artefato de informação.


Na produção de documentos digitais, não existe uma fabrica física e a quantidade produzida não é definida pelo volume do consumo. Os custos fixos da “fabrica”, custos de estocagem e da distribuição convencional não existem. O custo de se produzir dez artefatos digitais será quase o mesmo ao produzir mil ou dez mil.


O custo da informação digital é marginal constituído de despesas de pouca variação. Na nova economia da produção da informação digital acabam os custos relacionados com a necessidade de se produzir dentro de uma: capacidade de produção estabelecida por padrões de uma instalação física.



Existe, portanto, uma causa econômica que justifica serem os documentos de amanhã documentos digitais por uma condição racional de produção e consumo.


Aldo de A Barreto